Segundo a direção, o procedimento não é novidade e já ocorre há anos, com o objetivo de replicar a cadeia alimentar natural e garantir nutrição adequada aos carnívoros. Apesar da justificativa, o pedido público gerou uma enxurrada de reações nas redes sociais.
No Facebook do zoológico, centenas de comentários apareceram em poucas horas. Parte do público reagiu de forma indignada, chamando a prática de “mentalidade perversa” e perguntando “quão perturbado é preciso ser para pedir isso?”. Um internauta resumiu:
“Isso só pode ser uma piada. Tratar animais de estimação como descartáveis é cruel.”
Por outro lado, houve também quem defendesse a medida, lembrando que, na natureza, animais se alimentam uns dos outros e que o destino dos pets doados não seria diferente do de outros animais criados para abate. Um usuário escreveu:
“Se é o que os donos querem, por que não? Na natureza, eles seriam presas de qualquer jeito.”
O caso reacendeu um debate global sobre ética e bem-estar animal. Em países como a Espanha, por exemplo, práticas semelhantes são proibidas, enquanto na Dinamarca são vistas como parte de uma política de manejo considerada transparente pelos zoológicos locais.
Não é a primeira vez que a Dinamarca enfrenta polêmica nesse setor. Em 2014, o Zoológico de Copenhague sacrificou a girafa Marius, considerada geneticamente “desnecessária”, e seu corpo foi oferecido a predadores, o que também gerou revolta internacional.
A proposta do zoológico dinamarquês expõe um dilema: até que ponto práticas consideradas “naturais” no manejo de predadores podem ser aceitas pela sociedade, especialmente quando envolvem animais que muitos veem como membros da família?
Enquanto especialistas reforçam que a medida imita o ciclo natural da vida selvagem, as redes sociais mostram que, para boa parte da população, a questão ultrapassa a biologia — e toca no afeto e na ética da relação humano-animal.